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quinta-feira, dezembro 27, 2007

O erro da viagem

Pois é, a situação do país é tão grave que os despedimentos já atingiram o governo. Ouvi dizer de fonte segura que o auxiliar do ajudante do secretário do personnal assistant do assessor de um ministro vai ser despedido. Tudo porque os membros do dito governo e secretarias de estado resolveram oferecer ao primeiro ministro uma viagem e o incauto senhor, incumbido da tão nobre e relevante tarefa para o país como era a aquisição do bilhete, comprou um bilhete de ida... e volta.

Claro que se percebe que uma asneira destas é motivo mais que suficiente para justificar o despedimento. Andaram as pessoas a fazer a vaquinha (que para a ocasião foi baptizada de colecta) e, com o imprompério do moço, deram o dinheiro como mal empregue. Acredito até que alguns, quando souberam do erro, tenham sofrido uma desilusão imensa. Também não é para menos...

Uma pequena pérola. Este homem é imparável e o que ele faz com a guitarra só conheci outro que fazia. Chamava-se Santana. (Têm que seguir o link desta vez...)

http://www.youtube.com/watch?v=S7amYNaPTRI&feature=related


Imagem retirada da net, com fins meramente ilsutrativos.

sábado, dezembro 22, 2007

Feliz Natal

Chegou, mais uma vez, a hora da Paz. O Natal entra-nos na alma e transforma a nossa vida de uma forma absolutamente radical.

É hora de olharmos a vida com os olhos do coração.

Feliz Natal a todos os homens de boa vontade. E aos outros também...

sábado, novembro 24, 2007

Tesourinhos deprimentes


Voltei para, muito rapidamente, dizer o que penso acerca de algumas pérolas do nosso quotidiano.

Recentemente surgiram umas ordinarices proferidas por um euro-deputado inglês acerca do caso Maddie. Dizia o fulano tanta barbaridade fútil que nem vale repetir pois isso só traria ainda mais protagonismo para alguém que não o merece. Vindo de alguém que, segundo notícias que ouvi, foi suspeito de envolvimento com uma menor, um escândalo amplamente divulgado pelos tablóides ingleses (sim esses mesmos que dizem lá para aquelas bandas é tudo gente fina), para mim tem a credibilidade que tem. Só lamento que o nosso governo não tenha sido mais enérgico na repulsa de tais afirmações. Quantos aos pasquins que se entretenham com as escandaleiras de consumo interno. Num país onde desaparecem crianças e pronto, onde existem políticos corruptos e abusadores de menores, onde até alguém da casa real está envolvido num escândalo homossexual, gastem a imagem dessa gente e não molestem pessoas de bem.

Sempre ouvi dizer que a justiça é cega. Temos dois casos fresquinhos que nos dizem um pouco mais que isso. A menina que sempre conheceu o pai Gomes vai mesmo ter que ser entregue ao pai decretado. Os pareceres médicos, requeridos pelos tribunais, dizem que isso é contrário ao superior interesse da criança, os danos criados à menor serão irreversíveis e irrecuperáveis. Mas a nossa justiça, do alto da sua sabedoria, ignora pura e simplesmente esses factos científicos. Também um hotel decidiu despedir um cozinheiro seropositivo por ser… seropositivo. Correu em tribunais tal decisão e agora, ignorando pareceres científicos internacionais, vem um tribunal e decide que sim senhor. Despeçam lá o homem porque o gajo é seropositivo. Ainda que o artigo 13.º da Constituição da República defina claramente o princípio da não descriminação, os juízes, porque se acham acima da lei, entendem que o homem representa uma ameaça e portanto deve ser despedido. Isto é ignorância. E desrespeito para com as outras valências do saber culto e científico. Ou seja, só interessa aquilo que eu digo e só isso conta como verdade absoluta, o que ou quem me contraria não presta e é desvalorizado. Faz-me lembrar as birras que fazia na minha meninice… Para resumir dizer apenas que isto que se passa com a nossa justiça não me parece cegueira, mais parece autismo.

Finalizo com o Scolari. Obrigado. Do fundo do coração. Neste país dá para ver claramente que gente ingrata surge por aí como cogumelos. O treinador que ontem era o maior, hoje já não presta. Pois bem que vá treinar a selecção aquele jornalista com carapinha à Marco Paulo que cada vez que lhe pagam para abrir a boca na SIC, só diz mal do Scolari. Que memória tão curta e enxovalhada tem esta raça de gente. O que era desta selecção antes do Felipão? Nada! Zero absoluto! Um bando de tesourinhos deprimentes. Desde que é ele que está no comando temos ido a todas. Somos finalistas europeus, quartos classificados mundiais e vamos novamente ao Europeu. O que querem estes velhos do Restelo? Têm saudades dos tempos dos escândalos? Das agressões aos treinadores (Sá Pinto) ou aos árbitros (João Pinto)? Das fugas à noite, a salto, do hotel? Da estória da “menina” que diz que foi agredida por um gurada-redes, titular, e que o atingiu com um spray nos olhos para se defender? De Saltillo? E de outras que nunca chegaram ao conhecimento público? Por amor de Deus! O que nos resta desses tempos são más recordações. Deixem o homem trabalhar!

Falando em tesourinho deprimente… (ora toma!)





Imagem retirada da net com fins meramente ilustrativos, respeitando os direitos de autor. (Em caso de violação, será prontamente retirada)

terça-feira, outubro 16, 2007

O camelo e a história do tunel deficiente

Foi hoje anunciada a inauguração do Túnel do Rossio para dia 16 de Fevereiro de 2008. Será uma das primeiras fitas que o governo irá cortar, ainda com um cheirinho de Entrudo. As obras estão atrasadas e terminarão um ano e meio mais tarde que o previsto. Como estamos em Portugal, é caso para perguntar o que vai aquela gente fazer com o tempo de sobra, pois estamos habituados atrasos como deve ser. Dos mais capazes. Dezoito meses? Isso é equivalente a terminar antes de começar.

Agora de louvar é, sem sombra de dúvida, um pequeno detalhe da obra, coisa de somenos importância, a julgar pela atenção que lhe foi dedicada, quer pelo empreiteiro, quer pela tutela, entenda-se MOPTC. A obra não tem saídas de emergência habilitadas para a evacuação de deficientes. As imagens da televisão mostravam uma enorme “chaminé” que, suponho, irá levar escadas para evacuar os passageiros para o exterior em caso de emergência. Mas não tem nenhum sistema que permita evacuar quem tem problemas de mobilidade. O jornalista ainda perguntou, bem intencionado, se a obra não contemplava um elevador para esse fim, ao que um engenheiro logo retorquiu com extrema arrogância que as saídas de emergência não podiam ser feitas por elevador. Tem alguma razão. Regra geral não se aplica pois numa situação de sinistro a probabilidade de falha de energia é muito elevada, quer pela inerência do próprio sinistro, quer como medida de segurança para ocupantes e equipas de socorro. Mas estamos a falar numa situação clara em que devia imperar o bom senso (tenho a sensação que já ouvi isto em algum lugar) e dedicar algum empenho na procura de uma solução, ao invés de levianamente encolher os ombros e balbuciar que os deficientes não têm por onde fugir. Por outras palavras o Túnel está para os deficientes como o governo para os Portugueses, não temos como escapar.

Espanta-me e entristece-me que num país com tão bons engenheiros, daqueles que se licenciaram num qualquer dia útil, com prémios, fama e reconhecimento granjeado além fronteiras, ninguém tenha tido a lucidez de apagar do projecto este erro grosseiro e de muito mau gosto.

Não posso terminar sem uma palavra de apreço para os atletas “especiais” que participaram nas Olimpíadas “Especiais” e arrecadaram só 17 medalhas. E ainda digo eu que o governo não sabe investir o dinheiro que eu pago, que pagamos todos, de impostos. Ora vejamos, o estado subsidiou esta comitiva com 10% da verba total. Quer isto dizer que se a comissão custou, por exemplo, 100.000 €, o erário público custeou 10.000€. É de facto dinheiro bem investido, à razão das medalhas obtidas, pois todos sabemos que as comitivas dos atletas ”normais” gastam muito mais nas suas comissões e só trazem é desgraça e vergonha para a camisola que vestem. Medalhas, se queremos saber o que são, como são e que sensação tem ganhar uma de quinas ao peito, temos que esperar pelas competições secundárias, onde competem os "desgraçadinhos" que levam um rebuçado só para que não digam que não levaram nada. Se em vez dos míseros 10% fossem os 100%, creio que até o pódio eles traziam de souvenir.
E já agora, vamos rezar para que nenhum destes atletas ande de comboio… Pelo menos no Túnel do Rossio.
PARABÉNS! Vocês são os verdadeiros heróis.


Hoje não há video

Imagem tirada da net, para ilustrar.

domingo, outubro 14, 2007

Pensamento

Quando sentimos que alguém nos passou à frente, pensamos logo “O que é que ele fez para merecer?” quando, na realidade, deveríamos perguntar “O que é que eu não fiz para ele merecer?”. Desta forma iríamos perceber que não foi ele que nos passou à frente, fomos nós que não avançámos ou teimámos em ficar para trás.

Hoje deixo-vos com este pensamento. Profundo. Porque a inveja é sempre mais fácil de exprimir que qualquer acto de contrição...

Esta banda continua muito boa. Inspirou a sua geração e as gerações vindouras. E agora juntaram-se aos produtores do momento, Timbaland e Timberlake e o resultado está à vista... Muito bom. Sai em Novembro.

Duran Duran - Falling Down


Imagem retirada da net, com fins ilustrativos

terça-feira, outubro 09, 2007

O país do Pinóquio

Com que então já vamos com 8 e tal por cento de desemprego?... Ainda no outro dia a SIC mostrava o magnânimo José Sócrates, em plena campanha eleitoral, a berrar aos quatro ventos que 7,1% de desemprego (em Fevereiro de 2006) era o sinal de uma governação falhada. Ora ainda bem que as coisas estão a andar no caminho certo. Eu bem sei que sou suspeito para falar deste governo e deste primeiro-ministro, mas não posso deixar de expressar a minha alegria, a minha imensa satisfação por esta melhoria significativa, fruto genuíno de uma governação imaculada e bastante positiva. Tudo leva a crer que, realmente, 7,1% era pouco… Agora, com 8,3% de desempregados, o país está muito melhor. Que grande que é o nosso país! Obrigado Sr. Engenheiro.

E como não há duas sem três, parece que a PIDE está de volta. Ou a inquisição, quem sabe… Ele é professores que são castigados por fazer piadas com o primeiro-ministro. E agora, na Covilhã, foi a sede de um sindicato (de professores) que foi visitada de surra pela PSP, para apreender propaganda anti-Sócrates e amedrontar os professores que pretendiam manifestar-se. Ou seja, aquilo, ouvido assim nas notícias, mais parecia que a força policial que nós sustentamos com os nossos impostos e que devia garantir a nossa liberdade e direitos, andava mais preocupada em garantir que ninguém contesta o Sr. Engenheiro. E isso, a ser verdade, é muito feio num estado de direito. Mas também quem semeia ventos colhe tempestades… Espero que os agricultores que plantaram este governo estejam orgulhosos do seu feito.


E que tal esta juventude? A maior parte já passou dos 60... Alguém nota? E o tema é extremamente actual, as imagens de fundo dão que pensar. Assim como a própria letra. Grande malha!



Imagem retirada da net, com fins diversos, entre os quias, ilustrar.

terça-feira, agosto 21, 2007

Detalhes...

Começou a Liga de Futebol. Após a primeira jornada, verificaram-se situações tão díspares que atestam bem a qualidade e excelência de algumas equipas em relação a outras. Se não, vejamos:

- o porto jogou, venceu, convenceu e teve dois dias de folga;
- o sporting jogou, venceu, convenceu e teve dois dias de folga;
- o BENFICA jogou, empatou, aborreceu e trocou de treinador.


Assim se vê de que é feita uma grande equipa! A diferença está na importância atribuida a estes pequenos detalhes...

RAP. Ame-se ou odeie-se, é o grande cómico do momento. Talvez um dos melhores depois do Herman. Aqui está ele, mais uma vez, a defender a sua dama...

sábado, agosto 04, 2007

Silêncio



Olhas para mim
Mas não dizes o que vês
Fica um vazio imenso
Como se o mundo parasse,
O vento aquietasse,
O mar recuasse
E as lágrimas que são chuva
Ficassem suspensas
Do nada que não dizes…


Ouves o que eu digo
Mas não dizes o que entendes
Fica a esperança adiada
Como a minha vida
Que ora vai, ora vem
E depois parte de novo
Sem nunca daqui arredar pé…
E eu sou sem ser
Cada corrente, cada maré
Cada nascer desse dia
Que nunca se põe
E faço sem querer
Sombra na luz que o tempo fez


Podia tirar-te da alma
Se pudesse arrancar-te da carne
Podia deixar de sofrer,
Se eu quisesse, neste instante
Quem dera alguém para explicar
Porque não deixo partir o que não pedi…
Se tu existes em mim, então porquê?
Porque é que eu não existo em ti?

Hoje decidi fazer algo de diferente. Devem estar já a pensar "foi desta que o gajo se passou". Sosseguem... Ainda não foi desta, mas confesso que já vi a coisa mais longe...

domingo, julho 08, 2007

Aconteceu de novo

Deu-se o milagre da vida. Uma vez mais, por artes tamanhas e mistérios insondáveis, fez-se luz na existêcia de um pequeno ser. Que será, assim espero, uma grande mulher.


Estou muito feliz e quero partilhar essa felicidade com o mundo.

O Mestre Jorge Palma. Sem palavras...




Imagem reproduzindo o quadro "As meninas" (originalmente baptizado de "A família de Filipe IV") de Diego Rodríguez de Silva y Velázquez (Sevilla, 06/06/1599 – Madrid, 06/08/1660), retirada da net.

sexta-feira, junho 15, 2007

Rapidinhas

Estou de volta! Tinham saudades minhas? Não? É normal, já estava à espera. Mas ainda assim estou de regresso. Estes dias em que andei mais arredado, deram-me algum espaço para pensar e, pasme-se, não cheguei a consclusão alguma. Mas vamos ao que interessa.

Dia de Portugal.
Este ano o Presidente da Républica elegeu Setúbal como a cidade sede das comemorações. Excelente a iniciativa, louvável a coragem. Porque isto de organizar um evento desta relevância num deserto tem que se lhe diga. Não é para todos. Para alguns até, nem o mais deslumbrante oásis, serviria de estímulo. E foi bonito de se ver e ouvir a cerimónia e os discursos. E estiveram todos lá. Só faltou o camelo! Eu pelo menos não o vi por lá...

Objecção de consciência.
Ouvi recentemente que nos Açores, à semelhança do que acontece no continente, alguns médicos se declararam objectores de consciência, nos hospitais públicos, em relação à Interrupção Voluntária da Gravidez. Estão no pleno exercício dos seus direitos consagrados e legislados. E que eu respeito porque também quero ver respeitada a minha opinião nessa matéria. Isto, em termos práticos, significa que as mulheres que entendam, ao abrigo da nova lei, fazer um aborto, não o poderão fazer dentro do Serviço Nacional de Saúde. Terão que recorrer às clínicas privadas. No meio de isto tudo, apenas uma dúvida me assalta o espírito. Será que esta objecção de consciência é extensível ao serviço que esses mesmos médicos fazem nas clínicas privadas e nos consultórios particulares? Eu não sei a resposta, se alguém souber, agradeço.

Pilotos.
Esta questão dos médicos faz-me lembrar outra que envolve os pilotos da Força Aérea. Recentemente estalou uma enorme polémica porque estes não concordaram com a "requisição" que o governo planeava fazer. Ou seja, em época de fogos, seriam eles a pilotar os meios aéreos ao invés de se comprar esse mesmo serviço externamente. O que este governo se esqueceu (para além de muitas outras coisas...) é que esses serviços externos são assegurados por esses mesmos pilotos, ganhando muito mais do que aquilo que o estado alguma vez lhes poderia pagar. E essa "imposição" vem estragar o negócio...

Glorioso.
Então não é que o Glorioso vai ser alvo de uma OPA? Ena pá, c'um catano, vai buscar! Desta ainda os morcões não se tinham lembrado. Sim, porque isto é uma coisa que não lembra a ninguém... Quando é que esta gente aprende que se quiserem ganhar isto vergonhosamente, é com furta e não com muito dinheiro que lá chegam? Com fruta, meus amigos... Com fruta e café com leite.



Esta letra, para quem a conseguir acompanhar, cria arrepios... É uma coisa muito forte (se calhar foi de alguma coisa que o rapaz tomou...).







Imagem retirada aleatoriamente da net

sábado, maio 26, 2007

A escolha certa

Passados alguns dias sobre o imprompério do ministro que até já foi comunista e até ja foi responsável financeiro desse partido de forte implantação na Margem Sul e até foi o arquitecto da compra da Quinta da Atalaia onde o seu ex-partido celebra a Festa do Avante, lamento concluir que o mértio dele foi dividir ainda mais o país. Para além de todos os disparates em nome próprio e de outros que vieram em sua defesa, dinamitando pontes, a infeliz cena tende, desde esssa altura, a dividir os portugueses.

Se não existem as tais infrastruturas, então invista nelas em deterimento de um aeroporto. Nenhum país pode ser socialmente desenvolvido se não tiver estruturas básicas como escolas e hospitais. Se desconhece que elas existem, então cale-se, informe-se e pondere bem antes de falar. E já agora despeça os assessores que lhe deram (ou omitiram) semelhantes informações. E em ano de eleições, como vai ser? Terão tomates para vir ao deserto apelar ao voto?

Segundo este recente decreto governamental, vivo num deserto. Que seja. Mas não é um deserto de ideias, não senhor. Pois se me saísse o Euromilhões, podem crer que eu teria uma brilhante ideia e começava a comprar terrenos ao desbarato, ali para as bandas do deserto. Sim porque se as pressões derem algum resultado (isto nunca se sabe, não é?), um destes dias muitos políticos, empresários e outros que tais vão começar a procurar terrenos aqui no deserto. Que grande negociata eu faria!

Agora que descobri que vivo "desertado", dou por mim a pensar que talvez seja melhor assim. Estou mais protegido de muita coisinha má e nefasta que acontece em locais onde há muita gente, sei lá, tipo assim uma sauna. Um amigo meu contou que foi a uma sauna e que aquilo pode ser complicado quando há muita gente. E piora se apagarem, de repente, as luzes. Ainda hoje não percebi porque estava ele sentado meio de lado enquanto me contava isto... mas acho que me estou a desviar do tema.

Com ministros assim, prefiro os camelos! É, sem sombra de dúvida, a escolha certa.



Imagem retirada da net e usada para fins meramente ilustartivos.

quinta-feira, maio 24, 2007

Jamais ou o deserto segundo o ministro

O ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações considerou ontem “faraónica” a construção do novo aeroporto de Lisboa na margem Sul do Tejo porque se trata de uma zona deserta.
Fazer um aeroporto na Margem Sul seria um projecto megalómano e faraónico porque, além das questões ambientais, não há gente, não há hospitais, não há escolas, não há hotéis, não há comércio, pelo que seria preciso levar para lá milhões de pessoas”, disse ontem Mário Lino, após ter terminado o almoço na Ordem dos Economistas. Ou seja, estas afirmações não foram proferidas de manhã, nem de véspera, nem em sonhos, nem à noitinha, foram feitas após ter terminado o almoço…

De facto, após um qualquer almoço, qualquer um pode achar desértica uma aldeia que tem quatro vezes mais habitantes que a Ota. Depende do que servem à sobremesa! A Margem Sul, onde vive perto de um milhão de portugueses, é uma das zonas mais dinâmicas do nosso país e não merecia tamanho insulto. Tem quatro grandes Hospitais públicos, um privado, outro em projecto e aprovado. Tem várias escolas, politécnicos e universidades, daquelas a sério. Tem um parque industrial que emprega cerca de 7 mil pessoas e que contribui em 2.5% para o PIB nacional: a Autoeuropa e respectivo parque de fornecedores. E até nos hotéis o ministro se esqueceu dos mega projectos para a Península de Tróia, alguns realidades já bem visíveis.

Afirmações desta irresponsabilidade, que desconsideram e humilham tanta gente séria, só são passíveis de se compreender se considerarmos o “ambiente descontraído” do momento e do local onde foram feitas as afirmações”. Está mais que visto que ainda não percebeu que é ministro de todo o País e, pelos vistos, alguém se esqueceu de o informar disso. Ou então faz isto por piada. Ainda recentemente brincou com a licenciatura do Primeiro-Ministro, frisando que ele, o Mário Lino, era engenheiro civil inscrito na Ordem.

Deixo no ar uma sementinha… Alguém já se questionou acerca da propriedade dos terrenos da Ota? A quem pertencerão tão predestinadas courelas, qual pedaços de chão celestial, valiosos como o mais intangível tesouro? Eu acho que essa é a chave. Talvez se descobrissem os verdadeiros interesses encobertos por detrás da teimosia da Ota. Mas, seguindo a mais genuína tradição nacional, isso só virá a lume quando os aviões já estiverem a aterrar para aquelas bandas (esperemos que se mantenham à superfície…). Quando já não se puder alterar o que quer que seja.

Assim, um dia destes, a corrupção ainda se torna uma instituição. E com estatuto de utilidade pública!


E esta agora? Será magia? Será ciência? Eu aposto em osmose. Alguém sabe o que é? Fica o desafio...




Imagem retirada aleatoriamente da net, usada com fins meramente ilustrativos

sexta-feira, maio 18, 2007

A minha opinião

Muito se tem falado (alguns ladrado, com um sotaque very british) do desaparecimento da menina inglesa. Como pai e, acima de tudo, como ser humano, estou solidário com a dor de todos os que sofrem com a sua ausência.

Mas não posso deixar de dar a minha opinião, ainda que ninguém me peça ou se interesse por ela. Os ingleses falam da actuação da polícia portuguesa e não comentam a negligência dos pais. Que, por sinal, até é crime (ou pelo menos uma prática condenável) no nosso país. A Judite está a fazer o impossível para descobrir o que de facto aconteceu. No entanto os tablóides vão dando destaque, com uma carga negativa tremenda, o trabalho das nossas polícias.

Vindo de um país com um largo historial de crianças desaparecidas e de violadores ao desbarato, parece-me ferido de oportunidade. Uma coisa eu garanto. Se aqueles pais extremosos não tivessem abandonado os filhos, ainda crianças, à sua sorte para irem jantar e tomar uns copos com os amigos, as nossas forças da ordem não seriam notícia nos pasquins britânicos. E esta, hein? Desmintam-me…

Porque se impunha e porque eu tenho esperança que algum inglês leia isto, para mostrar que sou imparcial e que não tenho medo nem nada a esconder, segue a versão traduzida:

Much has been said (sometimes barked, with a british accent) of the disappearance of the English little girl. As a father and, above all, as a human being, I am solidary with the pain of all the ones that suffer with is absence. But I cannot help giving my opinion, despite nobody asked for it or shows interest in it. The English people speak only about the way the Portuguese Police is conducting the investigations and they do not comment the recklessness of the parents. Recklessness is a crime (or at least a condemnable practice) in our country. Our Police are doing the impossible to discover what happened. However tabloids go on giving prominence, with a tremendous negative load, on our police's work. Coming from a country with a historical background of missing child and children violators, seems to me like they have nothing else to say. One thing I can guarantee. If those extremely dedicated parents had not abandoned their children to themselves to go supper and to take a drink with their friends, our forces of the order would not be headlines in British tabloids, for the time being. What about that? Try to contradict me…

Sigam o link abaixo e não deixem de votar…
http://news.sky.com/skynews/madeleine

Quem disse que o Herman estava “morto”?...


domingo, abril 29, 2007

O esplendor da língua mãe

Hoje aconteceu a final do concurso da língua portuguesa, com transmissão na SIC. Não assisti ao programa completo por razões profissionais mas ainda cheguei a tempo de ver o finalzinho. E que surpresa agradável tive ao constatar que os tugas que ganharam tiveram como prémio... viagens ao estrangeiro!

O que é nacional é bom. Deve ser preservado, cultivado e estimulado. Daí eu concordar com a génese daquele concurso e até ponderar participar na edição do ano que vem. Mas, na minha humilde nacional maneira de pensar, deveriam ser atribuídos prémios nacionais aos que melhor falam e conhecem a língua nacional.

Se o problema é o valor monetário envolvido nos prémios, isso resolvia-se dando a diferença em dinheiro vivo. Da forma como o povo anda teso, ninguém iria reclamar.

Ou seria vontade dos promotores do concurso que os vencedores de tais prémios fossem agora para o Egipto e tal, aportuguesar aquelas gentes, espalhando aos quatro ventos a verve de ilustres como Camões, Pessoa ou Saramago? Se era essa a ideia, espero que se fiquem pela maneira de falar porque se entram por outros caminhos, a coisa pode complicar...

sexta-feira, abril 13, 2007

Obrigado, Camarada!

Odete Santos foi empurrada pelo PCP e retirou-se. O Portugal político, social e humano ficou mais pobre. Ainda vamos ter muitas saudades da Odete, das tiradas acutilantes da Odete, da acção social e socializante da Odete. Esta mulher nunca se calou e nem agora, com este empurrão traiçoeiro, ela se calará. Vai ficar um vazio enorme naquele hemiciclo. Já tive oportunidade de falar com esta grande Senhora um punhado de vezes e deixou em mim a impressão de alguém enorme mas, ao mesmo tempo, simples, do povo como ela sempre se sentiu.

O povo não a esquecerá. Mulheres assim, com esta garra e este afinco pelos valores que defendem, não se esfumam na memória dos tempos. Por mais cores que pintem este país, os cravos de Abril serão sempre vermelhos!

Obrigado Odete. Para quem fez o que você fez, obrigado é pouco. Vindo de um anónimo ainda mais insignificante se torna a retribuição. Mas, acredite, é de coração. Como foram todas as suas palavras e as suas acções na luta abnegada que travou pela defesa de quem não se podia defender. Muito obrigado.



sexta-feira, abril 06, 2007

Coisas do diabo...

Parabéns ao Gato. Adorei a resposta. Xenofobia não é crime, é mais que isso. É uma patetice! Existe a liberdade de expressão e eu sou a favor dela, intransigentemente. Por isso não posso deixar de condenar também todos aqueles que na prática ou na intenção, vandalizaram o cartaz da treta. Mas o cartaz do Gato foi mais que oportuno e reflecte a resposta dos Portugueses. Devemos dar as boas-vindas aos estrangeiros que vêm por bem e recambiar os que se portam mal. Pena é não podermos fazer isso também com alguns portugueses… Diz, melhor, dizia porque estava ilegal e foi retirado que com portugueses não vamos lá. Pois não. Com portugueses de merda não dá. Isto só anda com Portugueses e com estrangeiros trabalhadores. Ainda tinha um je ne sais pas qua acerca do Gato mas agora rendi-me.

Confesso que perdi algum tempo a investigar o que estava por de trás de toda esta polémica. E desiludi-me. Estas gajos dizem-se defensores dos portugueses mas não hesitam em ameaçar com violência física quem os contraria. Bardamerda para esta democracia. Que fique desde já claro que sou Português e não pretendo que este partido me defenda, reservando-me o direito consagrado na lei de os processar judicialmente se insistirem em falar em meu nome. Repito, não os mandatei, jamais os mandatarei e não lhes reconheço autoridade para me incluírem na lista dos “portugueses” que dizem defender. São de uma tacanhês de espírito e de uma miséria de ideias que dá dó.

Quem quiser perder tempo pode consultar a Wikipedia. Lá vem alguma informação acerca deste pseudo partido, da qual saliento particularmente uma passagem que abreviei por razões de espaço.
Participou em diversas manifestações (…) e organizou um protesto contra o aumento da criminalidade, sobretudo da praticada por gangs após o "arrastão" (…) na praia de Carcavelos. Esta manifestação foi realizada (…) juntando 400 pessoas que percorreram as ruas entre o Martim Moniz e o Rossio”. 400 pessoas?? Ena, mas que grande gang… Se não me falha a memória, na praia eram muitos menos e provocaram menos estragos à imagem do País. 400 pessoas?? Se isto não é um arrastão será o quê? Uma procissão das velinhas?

Mas na página oficial encontrei a maior pérola. Na parte em que pedem aos acólitos para financiar a horda, aparece um texto cuja apreciação deixo ao vosso critério.
“(…) e se Portugal precisa do PNR, o PNR também precisa de si!
Para apoiar o Partido pode fazê-lo através da conta:
CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS
Conta – xxxxxxxxxxxxx
NIB para transferências bancárias - xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Para transferências a partir do estrangeiro:
Código SWIFT – CGDIPTPL
IBAN - PTxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Transferências a partir do estrangeiro????? Porquê? Para quê? De quem? Dos estrangeiros não deve ser porque eles não iam contribuir com fundos para uma organização que os maltratasse, até porque para isso já têm as máfias. Será que é de Portugueses? Bem, pode ser. Mas se vem do estrangeiro significa que eles são lá imigrantes, não é? O cinismo é realmente uma coisa parva. E a falta que fazia aqui e agora a Padeira de Aljubarrota, para correr com estes energúmenos à traulitada!!

É feio cuspir no prato onde se comeu. Portugal foi um país de imigrantes, agora vamos virar as costas e fingir que não aconteceu? Tenhamos dignidade!

Brindo-vos com o video da notícia.


Imagem retirada da net, de propósito para ilustrar este artigo.

quarta-feira, abril 04, 2007

O rapaz das queijadas

Ainda dura o romance policial que começou no último fim de semana. Recordando, no dia 1 de Abril aconteceu mais um encontro, suspostamente de futebol, entre o Glorioso e uma seita vinda não sei de onde. O futebol até se viu e o empate acaba por se justificar. Agora lastimável é constatar as cenas deprimentes e vergonhosas que se desenrolaram nas bancadas. Dignas de um qualquer país de terceiro mundo, em verdadeiro estado de sítio e para onde devem ter voltado depois do jogo.

Os patarecos que dirigem a seita dizem que a culpa é do Benfica e da PSP. O Benfica diz que a culpa é da PSP. A PSP atira as culpas para o Benfica. Enfim, ninguém se entende. E eu sei porquê. Eu analisei os factos, investiguei, interroguei testemunhas oculares e auriculares (não é só importante aquilo que se vê mas também o que se ouve) e descobri de quem é a culpa. Mas vamos aos factos:
Facto 1 - Entraram petardos dentro do estádio, no dia do jogo;
Facto 2 - Esses, ou alguns desses petardos, explodiram dentro do recinto e puseram em perigo a vida das pessoas;
Facto 3 - Houve crianças feridas;
Facto 4 - Atentar ou tentar atentar contra a vida de alguém é crime;
Facto 5 - As cadeiras que foram arremessadas não entraram no estádio no mesmo dia do jogo;
Facto 6 - Os desacatos, engenhos explosivos e cadeiras surgiram na e da bancada onde estavam os arruaceiros do porto (cidade magnífica, de onde afinal veio a seita e que não merecia ter o nome manchado por tal gente);
Facto 7 - Os detidos eram todos fanáticos da seita.

Mas afinal como entraram os explosivos? Os Benfiquistas são pessoas de bem e não iriam destruir a sua Catedral. A PSP não vende aquilo às entradas dos estádios, pelo contrário, trabalha para evitar que entrem. A seita jura a pés juntos que não fez nada. Ora bem, alguém se lembrou do rapaz das queijadas? Alguém o investigou? Alguém provou todos os embrulhos que tinha na cesta e apregoava como sendo os ditos doces? Não! Pois deviam! A culpa é desse rapaz. Foi ele que, provavelmente chateado pelo facto da ASAE lhe ter confiscado um carregamento inteiro de doces made in Malásia fora de prazo, levou os petardos e os distribuiu aos animais, como se fossem pérolas. A polícia diz que não pode fazer nada nestes casos (mesmo que os gajos sejam catados pelas televisões a saltar os torniquetes) e admite que existem objectos como os que estão em causa que são tecnicamente indetectáveis. A seita assegura que não entrou com nada daquilo, logo só pode ter sido gente de fora. E quem melhor que alguém que tem total mobilidade dentro do recinto e está acima de qualquer suspeita?

Agora é fácil perceber o que se passou. Os animais, confrontados com uma coisa estranha que-diz-que-é-uma-espécie-de-doce-e-afinal-não-é, jogaram-na fora. Lá está, arremessaram-na. Inocentemente. Sem a plena consciência do que estavam a fazer. E quando viram aquilo rebentar e quase estoirar com a vida de alguém, ainda disseram:
"Ufa! Podia ter morrido se tivesse comido aquilo...". Faziam um favor à Humanidade mas isso fica para outro dia. Serenem então os ânimos, agora que se sabe a verdade e ponha-se uma pedra sobre o assunto. Ficamos todos mais descansados. Eu já tinha ouvido dizer que os doces são prejudiciais para a vida mas não tinha noção de que era assim tão explosivo.

E perguntam você, caro e dedicado leitor, porquê queijadas? Porque sim. Na altura de decidir de que forma disfarçar os engenhos, uma grande dúvida se colocou ao rapaz, de farda dourada e provavelmente com um bicho mítico bordado no peito. Queijadinhas ou bolas de berlim? E as bolas de berlim estiveram a um passo de ser eleitas. Mas havia algo que entravou todo o processo. Com creme ou sem creme? As queijadas não têm creme por isso foram as escolhidas. Da póxima vez que for á bola, cuidado com os doces. Não vá ficar com uma cavilha entalada nos dentes...


E agora, para adocicar as comichões de alguns... É lindo!



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domingo, abril 01, 2007

Dia dos bobos

Também se podia chamar dia do governo Português. São uns tipos porreirinhos e tal, fecham os centros de saúde, aumentam as taxas de tudo e mais alguma coisa, têm populações sem saneamento básico mas querem, à força, ter um aeroporto faraónico e um TGV. Enfim, bobagens.

Este dia é, no entanto, mais conhecido por outra designação. Todos nós o conhecemos como dia das mentiras. Mais uma vez podia muito bem chamar-se dia do governo Português! Perece que o ministro principal afinal não é engenheiro... Sim, parece, porque até prova em contrário, todos somos inocentes. Mas isto de ter um certificado de engenheiro ao domingo nem deveria parecer estranho, num país como o nosso. Afinal a malta trabuca a semana inteira, aproveita o fim de semana para outras coisas importantes. É ao fim de semana que a malta lava os carros, passeia mais tempo com os bobis, vai às compras ao shopping, atura a sogra, vai à bola, etc, etc. Por isso não me espanta que tenha sido ao fim de semana que o Sócrates se tenha tornado engenheiro.

Só não me conformo com uma coisa. As faculdades deviam fazer mais promoções deste género. Todos nós aproveitávamos as liquidações e arranjávamos aquele cursozito que já nos estava a fazer falta há algum tempo. E depois melhorava significativamente o nível escolar dos Portugueses. Assim como assim, muitos dos nossos "doutores" não sabem execer e aqueles que melhor exercem não são, nunca foram, "doutores"...

Agora só me faltava era ouvir alguém dizer que, afinal, a culpa do mau governo que temos é pelo facto de ser liderado por engenheiro de fim de semana.

Para me despedir vou contar-vos uma mentira (é da praxe...):
"Eu amo o nosso governo." Agora contem-me as vossas.

Para animar este dia que tal uma comédia? E esta é tuga. Um espectáculo. Faz-nos bem rir de vez em quando...


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segunda-feira, março 26, 2007

Da alma e do corpo


Li hoje que um casal português vendeu durante uns anos o corpo e agora publicou tudo em livro. Ora bem, não é original. Primeiro porque já houve quem o fizesse antes. E vendeu bastante. Lucrou mais do que no tempo em que andava a rodopiar no varão que nem barata tonta. Segundo porque deveria ser um manual de instruções detalhado e não um livro… E o título é de uma hipocrisia medonha: “Não contem aos nossos filhos”. Que mal há em contar aos filhos se foi uma coisa premeditada, feita até a pensar no futuro deles e sempre com o consentimento do casal? Se foi um acto de amor, os filhos compreenderão. Irão aceitar que a mãe tenha vendido o corpo enquanto o pai assistia e até participava. Irão compreender.

O que este casal fez não é novidade nem será caso único. Muita gente se vende para ter o que comer e alimentar uns quantos gulosos do fisco que, qual algozes desvairados, andam sempre à perna do mais incauto cidadão. Mas atente-se num pequeno pormenor que faz toda a diferença. Eles venderam o corpo, não a alma! Trocaram sexo, não afecto. Isso poderá não justificar o que fizeram mas atenua e facilita a compreensão. Quantos homens não comeram já atrás uma qualquer prostituta de estrada e a seguir correram para os braços da mulher amada? Porque na puta encontraram o sexo que, se calhar, até falta lá em casa mas na mulher e mãe dos filhos encontram o amor. Ninguém vive sem as duas coisas, principalmente o Homem que é, por natureza, insaciável. Mais que a mulher. O que o casal fez foi aproveitar-se deste facto para sobreviver.

Quanto aos filhos, não se constrajam… Se eles não descobrirem sozinhos (não há nada que se faça que não se saiba) os pais vão contar um dia. Imaginem o susto que terão quando verem o livro nas mãos dos filhos. Já pensaram nisto? Acho que ficarão mais descansados se os jovens ouvirem da boca deles que da boca do povo. Até porque essa consegue ser porca e enxovalhada quando quer…

domingo, março 18, 2007

A hora da mudança


Após uma aventura de um ano decidi olhar para trás, para as marcas do caminho (que romântico…) e reflectir sobre os próximos passos. Por vezes, em determinadas alturas da nossa vida temos que fazer este exercício de inflexão para nos certificarmos que está tudo bem. Se não fizermos este check-up de tempos a tempos, acabamos por perder o fio à meada e as coisas escapam ao nosso controle. Por isso decidi rever os procedimentos e resolvi mudar. Mudar na continuidade, melhorando a qualidade e amadurecendo os conteúdos. Mantendo a acutilância, o veneno que me caracteriza e até, admito, a inconveniência. Posso mudar muita coisa mas não me peçam para mudar a minha forma de ver as coisas e a forma de descrever o que vejo.

As mudanças são como as pilhas, têm sempre um lado positivo e um lado negativo. Por isso estou consciente de tudo o que acarreta esta minha decisão mas, ainda assim, asseguro-vos que as alterações não são profundas, apenas de estética. A começar pelo nome. O PODER DO VENENO simbolizou, ainda simboliza, a minha forma de estar neste blogue, no entanto reconheço que é um nome agressivo. E dúbio. Muitas pessoas não se identificaram com o blogue por causa do nome. Outras vinham à procura de algo diferente, quem sabe buscando a verdadeira má-língua viperina. Puro engano. Mais um. Estes dois factores adversos contribuíram em muito para o afastamento progressivo da minha clientela. Felizmente ninguém se queixou às autoridades da minha pretensa “publicidade enganosa”. Mas muitos vieram ao engodo. E quando perceberam que isto não era uma taberna de esquina para falar mal dos futebois dos outros, bazaram. Outros rapidamente compreenderam que não estavam num arraial de má fama onde se diz tudo como os malucos e se fala mal de tudo e de todos, cortando na casaca alheia, pelas costas, de onde normalmente a perspectiva é mais vantajosa e amena. Também esses cancelaram assinatura. Pois bem, de futebol só falo do Benfica e da Selecção, com o lixo não perco tempo. Como o glorioso tem um site oficial, podem lá ir e consultar as novas do momento. Quanto aos costureiros de baixa costura, para quê perder tempo de antena aqui quando o assunto pode ser igualmente tratado numa qualquer sala de ARICA? Vão-me perdoar mas, não temendo ninguém nem tendo nada a provar, tenho um nome e um código de conduta a seguir. E, no meu código de conduta, página 2343, está escrito que isso é errado.

Não escrevo para agradar a ninguém, assim como não escrevo para ofender quem quer que seja. Sei, no entanto que algumas pessoas se identificam com as minhas ideias e a minha forma de escrita. Agradeço imenso. E é em nome de todos esses admiradores que ainda se retraem na hora de fazer um comentário que eu vou continuar a minha linha de pensamento. Não se acanhem que eu também não. Se não sabem o que dizer, digam algo do género: “Este eu já li.” É simples e marca a vossa presença.

O “veneno” não morreu, apenas se requalificou. É hora de FALAR CLARO!


Este chavalo é Libanês e tem um não sei quê de Freddie Mercury... Já tinha saudades de ouvir uma voz (viva) assim... E o pancadão que o moço tem?



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sábado, fevereiro 24, 2007

Mea culpa

Reconheço que estas coisas de destilar veneno dão, por vezes, a sensação de se fala mal e pronto. Nada mais errado. Pelo que a mim diz respeito, não é essa a minha linha orientadora. Digo mal e direi mal, se essa for a opinião que tenho sobre determinado tema. Nada do que digo ou escrevo é gratuito nem tem o redutor propósito de ofender. Tem sempre um fundamento que é, repito, a minha visão das coisas. Posso estar equivocado, pois posso. É algo que me pode acontecer e não o nego nem ignoro. Mas o meu objectivo primeiro é e continuará a ser dizer o que penso.

Vem este prelúdio a respeito de uma, direi, chamada de atenção feita por uma amiga. Dizia ela, comentando online via msn, que eu falava mal da GNR num recente post. Tive oportunidade de a esclarecer imediatamente e agora quero aqui fazer o meu ponto de honra. Eu não falei mal da GNR. Falei mal de um sargento da GNR que, graças a Deus, não representa a totalidade dos Guardas desta força da ordem. Quando muito é imagem de uma pequeníssima fracção de gente que, embora exista, não denigre a imagem geral que é boa. Nada tenho contra a Guarda, onde tenho inclusive laços familiares.

Errei quando dei condições no meu texto para a generalização. E se há estigma penalizador numa opinião é, sem dúvida, o fenómeno da generalização. E, de entre nós, quem nunca sofreu injustamente com uma generalização? Por ter sentido essa experiência na pele e saber o que dói, aqui fica o meu mea culpa sentido. Peço desculpa a todos os que possa ter induzido nessa situação e, principalmente, peço desculpa a todos os Guardas que não se revêem nas atitudes daquele sargento. Ena tantos…

O meu próximo post é sobre este rapaz... (passe a publicidade ao outro blogue mas este era o filme que tinha menos "encravanços"...)


Magister dixit!

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

A vergonha nacional

Já deve ser notória a minha inspiração nas notícias que saem nos jornais, principalmente no Correio da Manhã. Passe a publicidade, é dos diários mais organizados e de mais fácil leitura que temos na nossa praça. E ontem li uma bomba. Uma não, duas. Porque há muito que sigo com muita atenção e carinho a crónica diária de um grande jornalista, de verve afiada, sem papas na língua e que diz o que tem a dizer sem temer importunar. Ferreira Fernandes tem aqui um eterno aprendiz e um admirador incondicional. Vamos lá então.

Parece-me que no dia 17, dois homens, pai e filho, foram agredidos por um bando de badamecos arruaceiros, agressões essas que começaram dentro de um autocarro da CARRIS em pleno andamento e terminaram á porta de um posto da GNR, por sinal o seu local de trabalho. Antes de continuar, uma palavrinha amiga à CARRIS, por empregar tal tipo de gente. Porque um motorista que se apercebe (não me venham dizer que não que eu não acredito!) de um grupo de gaiatos a esfaquear dois passageiros e continua a viagem como quem não quer a coisa, é, só pode ser, cego e surdo! E ainda assim, motorista da CARRIS. Um bem haja a tão nobre empresa, um orgulho para Lisboa e um exemplo para o país.

Mas o que me deixou por pontas foi o que aconteceu à porta da GNR. Os homens pediram ajuda para as agressões que os Militares estavam a presenciar e estes não puderam fazer nada porque, imagine-se, o sargento não deixou!!! Os putos estavam ali, à mão de semear, prontinhos para serem catados, mas tiveram tempo para apanhar outro autocarro e desaparecer porque os Guardas não foram autorizados pelo sargento. A sua justificação foi e passo a citar o jornal:
“O sargento terá alegado que o sucedido era na área de intervenção da PSP, para justificar a sua atitude.” Ora bem, eu tenho direito à minha opinião. E na minha opinião este gajo é um frustrado, um falhado social (daqueles que não sabendo fazer mais nada, foi para a Guarda) que usa uma desculpa de merda para esconder a cobardia ou o absoluto desprezo pelo juramento de fez. E se fosse o pai dele? E se fosse um oficial da GNR? Não nos podemos esquecer e cito o jornal uma vez mais:
“(…)a GNR é uma força de segurança, com âmbito de acção em todo o território nacional e que estava perante um flagrante de agressões com arma branca sobre duas pessoas indefesas”. Então isto agora é por quintais? Mata-se e esfola-se à vontade, desde que seja no quintal do vizinho? Tal como eu tenho o direito a expressar a minha opinião, também ele tem o direito de me levar a tribunal para que eu justifique o que disse. Bem, eu já fiz a minha parte...

Não posso também deixar de registar aqui o meu apreço para a ambulância do INEM que demorou apenas 20 minutos a chegar ao local. Isto, para uma viatura que saiu, creio eu, do Porto ou assim, é mais que suficiente para calar a boca daqueles que dizem que o INEM leva muito tempo a socorrer. Meus amigos, 20 minutos nem o TGV!...

E agora o que disse o meu Mestre, Ferreira Fernandes. Na sua crónica de ontem falava da nova alteração na regulação dos estacionamentos em Lisboa. Os funcionários da EMEL trabalhavam bem, porque multavam os carros que eram da sua jurisdição. A PSP não trabalhava porque não multava os carros que eram do seu quintal. Havia aqui de facto uma injustiça, até porque aqueles eram os de segunda fila. Vai daí, alguém teve uma ideia para resolver esta injustiça. Premiou o trabalho de quem realmente trabalha… com mais trabalho. Agora a EMEL passa a multar a torto e a direito que é como quem diz, pode multar os que já multava e também aqueles que a PSP deveria multar e se omitia de fazer. Adivinhem, o sindicato da polícia não gostou. Oh que chatice… Gostei da expressão, que define muito bem o carácter desta filosofia:
“Um caso típico dos que não coiso nem saem de cima”.

Em campanha para o aborto, o partido do governo (ou teria sido o próprio governo?...) fez campanha com uns cartazes enormes, onde se lia O ABORTO É UMA VERGONHA NACIONAL. Este é um caso arrumado mas ainda assim gostava de alertar para um pequeno erro, provavelmente de tipografia, presente em todos estes catrapásios. Onde se leu aquilo que lá estava, deveria ter-se lido O ABORTO É UMA DAS VERGONHAS NACIONAIS. Porque existem mais, muitas mais. Neste singelo texto, evidenciei apenas algumas. Eu sei que vocês sabem outras tantas. E cada um tem o governo que merece.

Magister dixit!

sábado, fevereiro 10, 2007

Magister dixit


Amanhã, dia 11 de Fevereiro, é um dia importante. Importante porque, chamado a dar a sua opinião, o povo vai às urnas. E a sua decisão será soberana. Assistimos a uma campanha pouco esclarecedora em que se ouviu essencialmente falar de despenalização, crime, aborto livre, aborto a pedido (assim tipo discos pedidos) e da humilhação da mulher. No meu humilde ponto de vista, despenalizar e liberalizar não são exactamente a mesma coisa e no caso concreto do aborto muito menos. Quanto ao aborto livre e aborto a pedido já lá iremos. A humilhação da mulher é, quanto a mim, um dos pontos fundamentais. Num sistema que não consegue ou não quer julgar apitos, sacos, casas pias e outros que tais, estranhamente os processos envolvendo mulheres que interrompem voluntariamente a gravidez, rapidamente chegam à barra dos tribunais e se transformam em sentença. Uma mulher nessa condição, para além de todo o trauma que tenha passado, torna-se claramente no elo mais fraco. Faz-me lembrar aqueles putos rufias, no meu tempo de escola, não podendo bater nos grandes que lhes cascavam, batiam nos ainda mais fracos que eles e mais indefesos.

Nunca, nesta temporada de (des)informação, eu ouvi falar do verdadeiro crime, implícito na IVG, tal como ela acontece até agora no nosso país. A corja que pratica o desmancho no vão da escada, nas traseiras do quintal ou na garagem e que atira as mulheres para o hospital ou até para a morte, passa impune por todo este estrafego. Aliás, têm nos defensores do Não um enorme aliado. Que bom que era que o Não ganhasse… Mas como vai ganhar o Sim, há já quem deite contas à vida e comece a achar falta do dinheiro, sujo de sangue, que entrava livre de impostos. Pois é, os impostos. Na tentativa desesperada de ludibriar os mais desprevenidos até nos impostos se falou. As clínicas que futuramente fizerem IVG vão pagar impostos e, mais importante que isso, não vão por ninguém às portas da morte. Do passado recente e para finalizar este assunto, houve duas coisas que me pareceram absurdas e, como tal, não posso deixar passar em claro.

A deputada do PS Matilde de Sousa Franco fez campanha pelo Não, ao contrário daquela que era a corrente do partido. Inequivocamente louvável até porque, sem sombra de dúvida, esta é uma matéria de consciência e a consciência de cada um de nós não tem cor política. Mas não achei graça nenhuma quando ouvi a senhora dizer que em vez de se promover o aborto deveriam ser adoptadas medidas que promovessem a natalidade. Até aqui tudo estaria bem se o modelo escolhido para ilustrar esta “proposta” não fosse o alemão. Dizia, muito convicta:
“O governo alemão dá 25 000 € por cada nascimento”. Será que a senhora sabe que está em Portugal? O Estado paga de abono cerca de 30 € por criança e assume (e eu acredito) que isso é um grande investimento para o erário público. Agora imagine-se os 25 000 €… Atoardas como esta só vêm mostrar que algumas pessoas andaram nestes tempos de antena a reboque, para poderem aparecer e sem saber, ao certo, o que lá andavam a fazer.

Dizer que a nova lei que amanhã se referenda vem aumentar o número de abortos é, francamente, uma aldrabice deslavada. Primeiro, não existem números oficiais de abortos em Portugal porque os que se têm feito ou são feitos em Espanha ou no galinheiro. Os primeiros são declarados oficialmente, no país onde são realizados e os outros, já se sabe, não existem oficialmente. Segundo porque esse aumento o que vai reflectir, na realidade, é o número real de casos no nosso país. O número vai aumentar. Pois vai. Porque até hoje os números eram segredo e vergonha. A partir de amanhã deixam de ser segredo e as clínicas, públicas ou privadas, espanholas ou portuguesas, serão obrigadas a divulgá-los. E quando surgirem os primeiros resultados, não digam que aqueles são os números dos abortos que agora se fazem em Portugal. Digam antes:
“ Este é o número de IVG que sempre se fizeram em Portugal! A diferença é que antes não sabíamos….”

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Os filhos do decreto

Devo confessar que não me sinto muito à-vontade para falar deste assunto, pela delicadeza do mesmo. Mas é um facto, o caso do Sargento Gomes já prendeu a atenção da opinião pública e pôs as pessoas a falar do assunto. Pelo que percebo de leis, o melhor é estar calado. Mas existe sempre a jurisprudência do povo e com essa eu alinho incondicionalmente. O Sargento cometeu um crime à luz da lei mas está inocente segundo o povo. Para a lei sequestrou uma criança a quem ele ama como filha, para o povo ele fez o papel de pai que qualquer criança precisa.

Já diz o povo que Pai é quem cria, não quem o faz. E espanta-me que alguém que abandonou mãe e filha, numa clara atitude de rejeição quando teve conhecimento da sua existência, venha agora reclamar a menina. O azar do Sargento acaba por ser uma questão meramente processual, reflexo recorrente do nosso sistema jurídico/legal, por via do qual o processo de adopção acontece numa altura em que o pai biológico já tinha sido obrigado pelo tribunal a reconhecer a filha.

Eu vejo as coisas assim. Qualquer criança tem direitos consagrados. Ter um pai deve ser um deles. Houve alguém que durante muito tempo negou este direito à criança, rejeitando-a pouco tempo após a concepção. Acabou por ser obrigado pelo tribunal a reconhecer a paternidade. E reconheceu. Mas, e o amor? E o carinho? E o afecto? Também são decretos de tribunal? Deixem-me adivinhar, ele vai amar a filha porque o tribunal o mandou? Façam-me um favor! Enquanto ele se recusava a aceitar a ideia que poderia realmente ter uma filha, enquanto aguardava que um Juiz o obrigasse a perfilhar a menina, uma família dava amor a essa mesma menina, nascida de pai incógnito.

Também sou pai e compreendo que, para um pai, a ideia de se ver separado do filho é inaceitável. Talvez por isso compreenda a posição do Sargento. Porque é ele o pai que a menina reconhece. Mas não consigo compreender a outra parte. Porque me fazem muita confusão algumas formas de agir. Ele reclama a filha, no entanto não deixa de falar em indemnizações. Afinal ele quer a menina ou o dinheiro? Se o assunto se passasse comigo eu não aceitava um cêntimo que fosse, apenas o meu filho porque, simplesmente, o Amor que tenho por ele não tem preço. Aliás, no meu particular, não precisei ser obrigado a reconhecê-lo, sou pai por Amor e não por decreto.

Mas a lei no nosso pais parece, por vezes, proteger as situações mais improváveis. Aconteça o que acontecer, espero que seja salvaguardado e que prevaleça o superior interesse da criança.


Imagem retirada aleatoriamente da net.

sábado, janeiro 13, 2007

Livro aberto...

Tenho andado afastado do meu veneno e sabe Deus o que isso me custa. A falta de tempo ou o investimento do meu tempo noutros afazeres, fez com que, momentaneamente, deixasse de partilhar a minha visão, cáustica, dos acontecimentos mundanos. Pois cá estou eu de volta, com um tema que é novidade, coisa fresquinha, em primeira mão. Por estes dias, entretive-me a ler um livro, pouco conhecido na nossa praça. Certamente azedo para alguns, capaz de gerar algumas azias e indisposições que tais, noutros até urticária ou alergias várias, para o comum dos mortais ele desperta curiosidade. Apenas e só. Esta pérola da nossa literatura contemporânea acorda o lado Big Brother que há em cada um de nós, aquele que leva a interessarmo-nos mais por aquilo que se passa no quintal do vizinho. É algo que é indefectível no nosso carácter e faz parte da nossa natureza humana.

Por isso a imprensa cor de rosa vende mais que qualquer outra publicação séria no nosso país. É um investimento com retorno mais que garantido. O Patráquio casou com a Xekoré (pode não se perceber bem mas admitam que dá um bom nome de tia…), é notícia. O Patráquio deixou a Xekoré, é notícia. A Xekoré veio fazer uma peixeirada à porta da Pimpampum (outro bom nome…), porque ela lhe roubou o Patráquio, é notícia. Nasceram mais duas pulgas no cão Sebastião Heitor Reginaldo Coutinho, da família D’Assis Mello e Almeida de Sampaio… pois é, é notícia. Qualquer parvoíce que eles descubram (ou que os visados lhes peçam para descobrir, há gente que vive destes rendimentos) se torna numa primeira página. E a culpa não é deles. É do ser humano. Se não fossemos à ganância, atrás destes mexericos, eles já teriam mudado de ramo.

Voltando ao livro, surpreende-me em primeiro lugar a quase ausência de aspereza na escrita da autora. Principalmente pelo facto de tanto se apregoar que este é um livro de vingança e ressabiamento. Aqui e ali pontuam alguns vestígios de mágoa mas, se fosse eu a escrever aquilo, com a intenção principal que lhe imputam, cobras e lagartos seriam meros bichinhos de estimação. Dizem também os seus detractores que ela inventa, todos dizem que aquilo nunca aconteceu, nada do que está lá escarrapachado é sequer parente da verdade. Pois bem, tenho para mim que, embora seja loira, a senhora não é burra e se pôs a boca no trombone é porque está segura do que diz. No fim de contas confirma tudo o que já se ouvia dizer nas televisões ou se podia ler nos jornais.

Não quero fazer a defesa da mulher, muito menos a acusação. Dessa se encarregará o Ministério Público naquilo que julgar oportuno. E também os seus algozes como por exemplo aquele Jornalista/Advogado/Escritor/Comentador que é adepto ferrenho do fcp que a desanca de tudo o que aprendeu sempre que tem oportunidade de falar dela. Mas, se me faz alguma confusão ouvir agora tanta gente dizer mal da pobre senhora, ainda mais gente que a venerava (ou seria para não desagradar ao Todo-Poderoso que engoliam o sapo?...), mais confusão me faz ver gente de bem, Benfiquistas, a idolatrá-la. Que eu saiba o Glorioso não precisa desta senhora para se promover nem deve embandeirar em arco em promoções de terceiros hostis ao clube num passado recentíssimo. Fica-lhe bem reconhecer que foi mal educada e que, noutras circunstâncias, teria agido ponderadamente com correcção e deferência. Para mim isso chega e é suficiente. Mais que isso é abuso. Ou será que aqueles Benfiquistas que agora a acarinham já esqueceram o cartaz do “Orelhas estou aqui”? E acaso esqueceram a resposta “O Orelhas é o nosso presidente, a puta é de toda a gente”? Curiosamente esta “resposta” foi omitida no livro, certamente por falta de espaço… A ênfase, do meu ponto de vista, deveria ser dada às revelações constantes do livro que podem, de facto, trazer dados novos que ajudem a limpar a imagem do nosso futebol. O Benfica nada ganha e nada perde com aquele conteúdo. Mas com o desenrolar do processo Apito Dourado, o afloramento da verdade, o ganho é considerável. Se houver um vencedor será o desporto rei. E se for limpa a imagem suja que algumas pessoas foram construindo, então ganhamos todos.
Imagem retirada aleatóriamente da net, usada com fins meramente ilustrativos, sem intenção de denegrir os visados.

domingo, janeiro 07, 2007

(...)

terça-feira, janeiro 02, 2007

Tadinhos!...

Este governo tem cada uma. Então não é que se lembraram de acabar com o regime de excepção (?!?) dos jogadores de futebol, no que diz respeito ao IRS? Onde é que já se viu? Tadinhos dos moços… É uma injustiça, um ultraje. Pior que isto não há memória. E depois, ainda vêm com uma lata descomunal, falar de justiça social e igualdade social! Como pode haver justiça social se aumentam 40% nos descontos da rapaziada? Ora aí está um verdadeiro grande aumento. 40%! C’um catano! Os pobres diabos já ganham tão mal, agora com um aumento de 40% nos descontos, muitas famílias vão ficar na miséria.

A grande maioria dos portugueses que trabalham (um número com tendência a diminuir…) desconta, para IRS, sobre 100% dos rendimentos. Os jogadores de futebol descontam apenas sobre 60%. Ou descontavam porque o governo decidiu, numa medida sem precedentes, igualá-los aos restantes compatriotas contribuintes. A mim parece-me bem. É uma profissão de desgaste rápido, sem dúvida, mas se estivermos atentos podemos constatar que alguns atletas têm uma carreira contributiva considerável. Ou pelos menos, não tão curta como querem fazer crer. Se um jovem se iniciar nestas coisas da bola aos 15 anos (sabemos que alguns até começam mais cedo) e pendurar as chuteiras aos 35 (alguns fazem-no mais tarde), vai trabalhar durante 20 anos. Sensivelmente metade daquele que é o tempo médio de trabalho da restante população. Se considerarmos os vencimentos auferidos e os somarmos, constatamos que, regra geral, ganham nesses “curtos” anos de trabalho, o dobro ou o triplo do que ganha o comum dos mortais. Com a agravante que o comum mortal tem que vergar o aço até aos 65 anos (por enquanto…). E quando chega ao fim, é mesmo o fim, está arrumado, não dá mais uma para a caixa e recebe uma reforma de vergonha. O futebolista, com 35, 36 ou até 40 anos está ainda muito a tempo e em boas condições de continuar a trabalhar.

Como acham que serem igualados aos demais concidadãos é uma ofensa, ameaçam fazer greve. No estado em que este país está, são cada vez mais raras as pérolas de que o tuga se lembra. Esta de fazer greve aos impostos acaba por ser uma verdadeira pedrada no charco. Desta ainda ninguém se tinha lembrado. Fugir aos impostos é banal, burlar o fisco vai passar a fazer parte do curriculum escolar mais ano menos ano, agora greve aos impostos só mesmo de uma classe à parte da nossa sociedade. Já imaginaram se a moda pega e cada um de nós decide fazer uma arruaça de cada vez que não concordar com alguma coisa do género? Bem ia ser o bom e o bonito. Quem fica a lucrar com isso são os clubes, não desembolsam os salários dos grevistas. Santa paciência mas neste capítulo sou intransigente. Se eu pago, todos devem pagar!



Imagem retirada aleatoriamente da net.


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